quarta-feira, 12 de setembro de 2012

O Cavaleiro da Armadura Brilhante


Nicholas estava tratando de concentrar-se na carta que escrevia a sua mãe, uma carta que, provavelmente, era o documento mais importante que jamais tinha escrito. Tudo dependia desta carta, sua honra, seus bens, o futuro de sua família e sua vida. No entanto, enquanto a escrevia, começou a ouvir algo. A princípio suavemente, mas depois cada vez com maior intensidade. Era o pranto de uma mulher, mas não um pranto de dor ou aflição, mas de algo mais profundo. Voltou a prestar atenção à carta, mas não pôde concentrar-se. A mulher precisava de algo, mas ele não sabia o quê. Consolo? Alívio? Não, pensou, precisa de esperança. As lágrimas, o pranto, eram de uma pessoa que já não tinha esperança. Nicholas voltou a olhar o papel. Os problemas da mulher não lhe diziam respeito. Se não terminasse essa carta e a entregasse rápido ao mensageiro que estava esperando, sua própria vida não teria esperança. Escreveu mais duas linhas e se deteve. O pranto da mulher aumentava. Não era forte, mas parecia aumentar em quantidade até encher a habitação.

– Senhora – murmurou – deixe-me em paz. Daria minha vida para ajudá-la, mas está comprometida. Tomou a pluma e escreveu, com uma mão sobre seu ouvido, tratando de não ouvir o desespero da mulher.

1 comentário:

  1. https://skydrive.live.com/#cid=00F7388EB5A69FD4&id=F7388EB5A69FD4%21448

    ResponderEliminar