Nicholas estava tratando
de concentrar-se na carta que escrevia a sua mãe, uma carta que, provavelmente,
era o documento mais importante que jamais tinha escrito. Tudo dependia desta
carta, sua honra, seus bens, o futuro de sua família e sua vida. No entanto,
enquanto a escrevia, começou a ouvir algo. A princípio suavemente, mas depois
cada vez com maior intensidade. Era o pranto de uma mulher, mas não um pranto
de dor ou aflição, mas de algo mais profundo. Voltou a prestar atenção à carta,
mas não pôde concentrar-se. A mulher precisava de algo, mas ele não sabia o quê.
Consolo? Alívio? Não, pensou, precisa de esperança. As lágrimas, o pranto, eram
de uma pessoa que já não tinha esperança. Nicholas voltou a olhar o papel. Os
problemas da mulher não lhe diziam respeito. Se não terminasse essa carta e a
entregasse rápido ao mensageiro que estava esperando, sua própria vida não
teria esperança. Escreveu mais duas linhas e se deteve. O pranto da mulher
aumentava. Não era forte, mas parecia aumentar em quantidade até encher a
habitação.
– Senhora – murmurou – deixe-me em paz. Daria minha vida para ajudá-la,
mas está comprometida. Tomou a pluma e escreveu, com uma mão sobre seu ouvido,
tratando de não ouvir o desespero da mulher.
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